Interessante a repercussão deste filme, lançado em 2021: após vê-lo e em busca de informações curiosas sobre ele na internet, constatei que tanto foi conceituado por alguns como ruim ou péssimo, como por outros como ótimo ou excelente, o que de fato causa um certo espanto. Porém, revela que tudo depende do gosto de cada um, talvez da sensibilidade, talvez das experiencias de vida, talvez apenas do dia ou do “clima” vinculado ao ato de se assistir a ele. Eu, de minha parte, achei-o surpreendente e encantador. Sem dúvida original, inclusive quanto à forma criativa e onírica em algumas cenas, todas elas embaladas por uma bela trilha sonora e emolduradas por marcante fotografia e muita luz e cores. Um formato jovem e dinâmico, sendo dirigido com rara sensibilidade por Josephine Decker (adaptado de livro e a roteirista foi a própria escritora Jandy Nelson, autora de livros para jovens adultos) e tendo um ótimo e harmônico elenco, formado por jovens e desconhecidos, com exceção de Jason Seget e Cherry Jones. A atriz Grace Kaufman, que faz a protagonista, é maravilhosa e a força motriz do filme. Trata-se de um drama muitas vezes pesado. Ou de um melodrama, como alguns o chamaram. Porque é como a própria vida: inesperada/imprevisível e não poupando as dores, trazendo, assim tanto momentos para rir (porque o filme repouso na leveza), como outros para chorar. Pois o filme trata basicamente do luto e do seu enfrentamento e nesse sentido aprofunda o tema de uma forma não muito comum, propiciando muitos instantes de beleza e de reflexão. Mas a vida é assim e a maneira de assimilar seus fatos e de olhar para a realidade, para o passado, presente e futuro e mergulhar nas importantes descobertas e atitudes é intensamente explorada. Na verdade, em certo momento do filme as coisas parecem sem solução, mas com a esperança acende-se a centelha certa e a vida é assim mesmo, tecida de muitas incertezas mas também de muitas viagens e podemos muito bem ser os condutores na maior parte delas. 9,0
