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UM FIM DE SEMANA EM PARIS

Este não é um filme para todos os públicos, tanto pelo seu andamento, quanto pelo seu tema (e pela idade dos personagens principais, fator que pode não ser de interesse para muitos). É um filme lento e sobre um casal de meia idade, que mora em Birmingham (Inglaterra) e resolve comemorar os 30 anos de casamento em Paris, a princípio no mesmo hotel onde os dois estiveram antes. Mas não é uma comédia ou um filme doce. Ao contrário –e aqui vem o tema-, trata-se de um drama duro, de reflexões amargas sobre a convivência, sobre um relacionamento já desgastado e que vai tocar em pontos delicados não só do presente mas também do passado e colocar um ponto de interrogação sobre o futuro. Mas quem gostar desse estilo (geralmente enquadrado como “filme de arte”) será recompensado, logo de início ficando claro que se trata de uma história muito bem contada/construída, daqueles filmes em que todas as peças são harmoniosas, embora em discreta sintonia: roteiro, direção, edição, atores, trilha sonora, fotografia etc. Em razão disso há momentos efetivamente deliciosos, inclusive pela cidade de Paris. O filme traz alguma melancolia, mas também provoca sentimentos inquietantes e em sua parte final especialmente nos brinda com alguns ótimos momentos, entre eles o do discurso e o da dança. O diretor é Roger Michell (aqui, em 2013, em experiência totalmente diversa da que teve 14 anos antes com Um lugar chamado Notting Hill, comédia leve romântica) e o par central, brilhante, constituído pelos veteranos Jim Broadbent (britânico) e Lindsay Duncan (escocesa) – ele em algumas cenas lembra a fisionomia, já velha, do ator Bill Murray. Há  também a participação de Jeff Goldblum.  8,7