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SABRINA

Pode-se dizer que este filme de 1954 (e que teve um famoso remake em 1995, com Harrison Ford, Julia Ormond e Greg Kinnear) é uma comédia romântica como se fazia antigamente, com os ingredientes de “pureza”, bom humor, um pouco de melancolia, alguma tensão, mas nada muito complexo, partindo de uma menina rica apaixonada pelo milionário que não a enxerga e que está noivo de herdeira importante para os negócios da família. A menina no caso é interpretada por Audrey Hepburn, o que significa muito em termos de beleza, carisma, elegância e requinte, aliás por sua própria natureza. O príncipe é vivido por William Holden, cujo irmão mais velho cuida dos negócios e é interpretado por ninguém menos que Humphrey Bogart. E o diretor é simplesmente Billy Wilder (Pacto de sangue, Farrapo humano, Crepúsculo dos deuses, Inferno nº 17). Com tudo isso supõe-se um roteiro extraordinário, o qual por sinal ganhou o Globo de Ouro de 1955 na categoria. Entretanto, não achei tudo isso e não considero este filme um dos melhores ou mais importantes do gênero ou da época, embora tenha seu lado encantador. A sensação é de que os desdobramentos poderiam ser mais criativos e mais bem construídos, assim como o personagem de Holden, extremamente caricato. Entretanto, se ao roteiro às vezes falta inspiração, o filme flui com um ritmo agradável e dinâmico (pelo gênero e pelo diretor) e sobra beleza, fotogenia e elegância de Hepburn, que mais uma vez ditou moda na época (o filme ganhou o Oscar de Melhor figurino), uma lady incontestável do cinema de todos os tempos. 8,3