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RAINHA DE COPAS (QUEEN OF HEARTS)

A diretora dinamarquesa May el Toukhy não é ainda muito conhecida, mas já foi indicada e premiada diversas vezes por seu trabalho. E aqui mostra de fato grande qualidade. Apesar de o cinema dinamarquês ser frio (inclusive pelo clima), lento e algo introspectivo, o roteiro aqui, juntamente com a direção e as belas interpretações, faz emergir das profundezas muita riqueza, em meio a princípios, sentimentos e culpas. E o que dói mais, afinal? A dor ou a culpa? Um drama interessante, especialmente valorizado pela interpretação de Trine Dyrholm, mas o marido, Magnus Kreper e o filho (enteado dela), Gustave Lindh também estão ótimos. Excelente trilha sonora, com algum suspense e alguma melancolia, paisagens geladas, isoladas, mistérios e limites dos seres humanos, com um direcionamento final surpreendente, em um filme nada cômodo de ver, mas extremamente bem feito e pungente nas doses acertadas de dramaticidade e realismo, com um roteiro que não cede às facilidades e impõe a que enfrentemos de frente os fatos, inclusive a partir de uma inesperada e impactante mudança de rumos. Curiosamente não gostei do cartaz do filme, mas o nome em português achei muito melhor do que o original (Rainha de corações???). 8,8