Este é um filme argentino estiloso de 2020 e que de certa forma revive um gênero que há muito tempo estava adormecido: um drama com suspense policial cheio de picardia, já denunciada pela sua maravilhosa trilha sonora (desde a primeira cena, já entendemos o “clima” da história e os mais antigos lembram de filmes como “Sete homens de ouro”, por exemplo). O tom de comédia é evidente também pela conduta do próprio elenco, que pratica o gênero com maestria, tudo estando perfeitamente coordenado (entonações, ritmo, direção…). É a história de um roubo, como o próprio título denuncia, mas daquelas leves, saborosas, repletas de mistério e que nos coloca diante de um plano traçado pelos “amigos” e que vamos curiosamente acompanhando: graças à simpatia e empatia dos malandros, acabamos torcendo por eles e não pelos “mocinhos” (que seriam em tese os policiais). Começando por Diego Peretti e Guillermo Francella, todo o “time” está muito bem, curiosamente atuando no filme pai e filha na vida real e fazendo exatamente esse papel no filme: Joana Francella é a atriz e o pai o sobrenome já diz. Um filme divertido, que nos prende na cadeira do início ao fim, até porque não conseguimos exatamente prever o desfecho, nem sequer adivinhar todos caminhos a serem percorridos, fruto de uma trama bem montada. Ótimo entretenimento, com a qualidade do bom cinema argentino. 8,8
