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O PINTASSILGO

O irlandês John Crowley, ganhador do Oscar Britânico (Bafta) com o filme Brooklin, apresenta aqui uma obra bem acabada e interessante, mas desafiante, de longa duração e algumas estranhezas eventuais. O filme tem quase 2h 30min de duração e também por esse motivo pode não agradar a muitas pessoas. E as “estranhezas” talvez fiquem por conta das dificuldades de adaptar de forma adequada um romance vencedor do Prêmio Pulitzer (Donna Tartt), no caso deixando o filme muitas vezes complexo ou pesado. Entretanto, é uma história densa e ampla, que acompanha o personagem desde a infância, mostrando, a partir de um fato específico, todas as consequências na vida desse personagem, inclusive com idas e voltas no tempo (flash backs), com drama e algum suspense (inclusive policial), mas deixando o espectador efetivamente interessado. O que acontece na infância, o tratamento recebido dos pais, as perdas, as amizades -até mesmo o que se toma-, são fatos que forjam as pessoas, que as moldam para a vida adulta. Porém a vida apresenta respostas inesperadas e dá voltas imprevisíveis e um dos encantos do filme é mostrar esses aspectos. Não é um filme talvez muito fácil e pode merecer ser visto mais de uma vez para a sua total compreensão, mas, seja como for, sua parte final compensa qualquer amargura ou aborrecimento. De se registrar que nas avaliações de crítica e público, sua nota oscila de 1 a 5 estrelas, o que significa que, definitivamente, gostar ou não, depende apenas do gosto ou do momento de cada um. O elenco é ótimo e absolutamente variado em todos os aspectos: Nicole Kidman, Luke Wilson, Ansel Ergort (A culpa é das estrelas), Finn Wolfhard, Sarah Paulson, Willa Fitzgerald, entre outros.  8,6