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A FORMA DA ÁGUA

Caso eu não esteja totalmente maluco ou insensível, concluo que se trata  aqui de um espetacular movimento de marketing cinematográfico, para promover este filme e incutir na mente das pessoas que se trata de uma obra-prima. E fazendo inclusive muita gente se infantilizar a respeito de coisas já vistas muitas vezes anteriormente. Tenho acompanhado a trajetória do filme, recebendo prêmios diversos, concorrendo em inúmeros eventos…críticas de 5 estrelas na mídia etc. Até achei, pelos acirrados comentários e elogios, que ia ganhar o Globo de Ouro (na ocasião eu ainda não o havia visto), embora eu tenha dado nota 9 (alta !) para seu maior concorrente, o ótimo Três anúncios para um crime (que acabou – com justiça – ganhando!). Porque é um filme bem feito, com algum lirismo (ótimo início e excelente final), boas interpretações (a atriz Sally Hawkins está muito bem, mas não se compara à Frances McDormand ou à Meryl Streep)…mas se assemelha muito àqueles filmes de ficção científica com monstros dos anos 50. Se fosse exibido naquela época, teria seu destaque pela qualidade da produção…Mas não vai muito além disso: clichês dos contos de fada de ficção, sob nova roupagem e com uma trilha que nem é isso tudo para ter merecido o Globo de Ouro. Trata-se aqui de lavagem cerebral pela propaganda massificada! Em uma época oportuna, certamente: em que se discutem as diferenças! De gênero! Se intensificam campanhas contra qualquer assédio, contra a desigualdade salarial entre atores e atrizes etc. etc. No caso deste filme, até o vilão é clichê puro e seu final é absolutamente semelhante ao de todos os filmes já mencionados e que fizeram sucesso nos idos de 1950 e seguintes. Aproveitando-se também de ideias (e enfoques) de filmes posteriores àquela época e que sempre mexem com o imaginário e com as emoções, como A Bela e a fera… Como dito ao início, é um bom filme, tem momentos interessantes – embora outros bizarros e meio ridículos -, mas não traz praticamente nada de novo. Seja no roteiro, seja nas cenas, seja na emoção. Como entretenimento vale a pena, mas nem chega perto qualitativamente da maioria de seus concorrentes. O resto é enganação de Hollywood, a terra do sonho permanente.  7,7