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EMILY THE CRIMINAL

Um filme com boas doses de realismo, bem dinâmico e interessante, inclusive porque do chamado cinema “independente”. Por esse motivo, aliás, foi premiado há dois dias (04/03/2023) com o Independent Spirit Awards de Melhor Primeiro Roteiro, para John Patton Ford, seu roteirista e diretor. E é de fato uma história bem amarrada e muito bem conduzida. Aubrey Plaza é a protagonista (Harper, da série The White Lotus), em torno de quem todos os fatos giram e tem uma bela e magnética atuação. O filme é muito bem dirigido, com uma história instigante que mantém o interesse do espectador até o final e seu defeito aparente é “empoderar” demasiadamente as mulheres, enfatizando com isso a fragilidade masculina, o que inclusive parece ser até uma tendência da atualidade. Mesmo assim, uma personagem marcante, desempenhada por uma atriz competente, que ressalta as qualidades e defeitos de Emily, entre eles o arroubo inconsequente. O que, por sinal, também pode ser tido como uma qualidade. De resto, uma boa diversão, um filme feito com uma equilibrada dose de ingredientes, dispostos em um thriller dramático policial, produzido nos EUA e tendo como objetivo aparente o de entreter, divertir, sem grandes compromissos, o que consegue sem esforços, chegando sem sobressaltos ao seu final e ao resultado almejado. Contudo, apesar das aparências simples, é um roteiro contundente em termos de crítica social e quem conseguir perceber suas sutilezas, seja ou não nas entrelinhas, também compreenderá a força do roteiro e a razão de ter sido premiado em evento de tamanha importância. No final, o filme surpreende e também angustia, mas a última cena talvez arranque um sorriso do espectador. 8,8