Imprimir Shortlink

THE DRY

O nome do filme, “A seca”, refere-se ao local onde se passa a história: uma cidade e arredores localizada na Austrália e onde não chove há praticamente um ano. As decorrências são óbvias e o roteiro inclusive combina perfeitamente com a aridez da paisagem: é algo denso, que parece manso mas esconde perigos, que se desenvolve lentamente, em um processo investigativo quase despretensioso e que vai descortinando fatos bastante envolventes. É um drama com algum suspense e muito mistério e que vai apresentar alguma solução apenas no final. O ritmo do filme e os locais tornam o filme quase como um daqueles chamados “filmes de arte”, que não agradam todo o tipo de público, mas encantam alguns. E quem aprecia esse estilo vai certamente se apegar, porque o roteiro é muito bom, instigante (um thriller) e o elenco e o diretor são ótimos: o protagonista é o conhecido ator australiano Eric Bana (Hulk, Rei Arthur, a lenda da espada, Munique…) e o diretor o também produtor e roteirista premiado, Robert Connolly, também australiano. O retorno de um adulto à cidadezinha onde nasceu e passou boa parte da juventude sempre rende emoções. Inclusive memórias em flash backs que povoam todo o filme e fazem até com que o espectador se identifique com os seus tempos de jovem, onde supostamente havia mais inocência, porém será fácil constatar que os sentimentos e até os pecados pertencem à humanidade e não a uma época específica. Pessoalmente, não gostei apenas de um desenlace (importante) do filme, caso contrário ele seria na minha visão uma obra totalmente “redonda”. Mesmo assim, é daqueles casos em que mesmo havendo um fato importante que fica meio mal colocado, o restante é tão relevante que acaba tornando aquele elemento menor e deixando de ser o foco principal na avaliação. O filme é baseado no livro de mesmo nome de Jane Harper, premiada escritora britânica/australiana de livros policiais e de mistério e que também assinou o roteiro junto com Connolly. 8,8