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EM BUSCA DE MIM (STROMBOLI)

Há terapias e terapias. Mas o certo é que todos têm suas histórias, seus dramas e de tal forma pungente, que não raro influenciam toda uma existência, provocam danos permanentes e não permitem que o ser humano evolua ou alcance sua integridade ou felicidade legítima, com alegria e leveza. Enquanto não forem superadas certas amarras, a vida não segue. O modo de se enxergar o problema e de resolvê-lo é que varia e pode até mesmo parecer algo insolúvel. Este filme, baseado em obra literária autobiográfica, vai aos poucos nos contando toda uma história a ser devidamente compreendida e esse é um dos seus méritos. A personagem é também bastante interessante, assim como os demais que vão surgindo, alguns até parecendo irreais, compondo tipos os mais variados e até parecendo meio estereotipados. Mas a história vai se aprofundando e vamos nos envolvendo cada vez mais, conduzidos por uma bela direção e por interpretações bastante convincentes, na paisagem exótica e misteriosa, embora limitada, de uma ilha vulcânica italiana (que dá o nome original ao filme) – mas o local dos acontecimentos é bastante atraente. A protagonista é muito bem interpretada pela bela atriz holandesa – quarentona – Elise Shaap e o tema, que é difícil, é trabalhado e enfrentado com muita competência pelo diretor também holandês Michiel Van Erp. Um filme diferente, intenso, sensível (certamente desaconselhável para menores), com bela trilha (seu final é bem bonito, com uma linda música italiana chamada “Vivo”), pode-se dizer um drama existencial, que leva à reflexão e que nos sensibiliza profundamente. Produção Netflix. 8,9