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ARMSTRONG

Este é um ótimo documentário sobre a vida de Neil Armstrong, que foi o primeiro homem a pisar na lua. Para quem não tem familiaridade com a corrida espacial (rivalidade Rússia x Estados Unidos pela chamada “conquista do espaço”) e com os fatos históricos, que envolveram a Nasa e os astronautas Armstrong, Audrin e Collins no projeto Apollo, é uma ótima oportunidade de conhecer parte importante da história universal, inclusive com o relato dos fracassos em diversos projetos especiais, que redundaram na morte de vários astronautas. Mas percorrendo a vida de Neil, desde criança e principalmente como pai, marido e piloto de jatos e engenheiro -com relatos dos filhos, da irmã, da ex-esposa, de amigos e de colegas-, é que acabamos tendo um painel bastante amplo da década de 60, da rivalidade entre russos e americanos, dos projetos estimulados já pelo Presidente Kennedy para os EUA chegarem na frente dos soviéticos, dos estudos de engenharia, da tecnologia que foi sendo aperfeiçoada para se atingir a realidade do primeiro voo tripulado à lua e de muitos outros fatos dos quais só tivemos notícias pelos jornais (e superficiais). E também ficamos conhecendo melhor o talento, a capacidade e a personalidade de quem sem esperar (inclusive pelo temperamento) acabou virando um herói americano (impressionantes as manifestações de massa a partir do retorno à Lua). Junto com seus parceiros, sim, mas com maior destaque para ele porque foi, afinal, o pioneiro. E o filme mostra as razões pelas quais ele foi o escolhido para chefiar a missão e para dar o primeiro passo na Lua, que nas palavras imortais que proferiu consistiu em “um passo pequeno para um homem, mas um salto gigantesco para a humanidade”. Aliás, as filmagens reais que nos são apresentadas revelam sempre alguém totalmente imerso nos seus deveres e no seu patriotismo e com grande inteligência, além de modéstia e sensibilidade. Que a tragédia que teve na vida não retirou, mas que não permitiram que, segundo ele, tivesse passado com os filhos o tempo que gostaria, certamente o trabalho de 14 horas por dia em nada também contribuindo para o sucesso do casamento. O documentário não mostra outras facetas negativas do personagem, mas o que se extrai do contexto parece indicar que realmente se tratava de uma pessoa cuja definição vinha fácil, sem maiores sofisticações e sem máscaras também. O que legitima amplamente a homenagem e traz até maior importância ao feito e à sua vinculação definitiva com a História.  8,5