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UM DIA DE CHUVA EM NOVA IORQUE

Já dizia alguém que um filme razoável do Woody Allen é um filme acima da média, comparado com os demais. Acho que no fundo isso é verdade, porque no mínimo veremos nos filmes desse diretor uma grande preocupação com a qualidade técnica (a partir do belo cartaz) e um roteiro impregnado de filosofias do cotidiano, inteligente e interpretado por ótimos atores e atrizes. Realmente, desde a apresentação já retomamos contato com o estilo de Woody, de fazer desfilar de forma elegante o nome de todos os integrantes do filme, com excelente trilha sonora (geralmente jazz, blues…), músicas antigas e clássicas, introduzindo a primeira cena com a qualidade fotográfica de sempre e levando sempre à curiosidade sobre o enredo. A qual, neste caso, redundará em certa decepção. Não por culpa do elenco, composto por Jude Law, Diego Luna e Selena Gomez, além dos protagonistas Elle Fanning (Woody é mestre em aproveitar o momento de atrizes em ascensão) e Timothée Chalamet (que fez um estrondoso sucesso ano retrasado com Me chame pelo seu nome). Ele, por sinal, é mais um a desempenhar o alter ego do diretor, fato que tem ocorrido quando Woody não atua (mas é praticamente a mesma coisa…). O problema aqui é que o roteiro não leva para lugar nenhum, não traz novidade alguma, não nos leva a especiais reflexões, sejam intelectuais, sejam poéticas. Nada acrescenta e até aborrece em muitos momentos. O filme é apenas uma reafirmação de outros, muito melhores, e serve apenas para que o diretor cumpra a suposta obrigação de produzir um filme por ano, porém sem qualquer significado maior. Achei francamente decepcionante e vazio (até mesmo algumas interpretações), embora haja muitas pessoas que gostaram do filme, em nome das quais, aliás, ele está aqui incluído (embora com a nota mínima exigida).  7,5