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TÁR

TÁR – O nome do filme é o sobrenome da personagem (fictícia), muitíssimo bem interpretada pela sempre ótima Cate Blanchett. Trata-se de uma maestrina de grande reputação e o filme aborda sua vida pessoal e profissional. Ocorre que os diálogos na primeira metade principalmente são densos e cultos ao extremo, intelectualizados e técnicos, além de as cenas não despertarem qualquer paixão ou emoção, tornando o filme afetado e enfadonho. Culpa naturalmente do roteiro e da direção, ambos por conta de Todd Field (De olhos bem fechados) Apenas em sua metade final, quando surge determinada personagem, é que a trama se torna atraente e ao invés da frieza de uma “partitura”, experimentamos um pouco do calor da “interpretação de uma partitura”, vivenciando então alguns momentos de drama e até suspense, além dos bastidores e intimidade/força da regência e dos integrantes (orquestra e instrumentistas). O final do filme é seu ponto forte e traz realmente uma surpresa ao espectador na última cena. No final das contas, esse desfecho redime um pouco a primeira e presunçosa maior parte do filme, mas não o salva totalmente. Está sendo indicado a três prêmios no Globo de Ouro de janeiro de 2023, próximo: Melhor filme de drama, Melhor atriz e Melhor roteiro. Por mim não ganharia nenhum, até porque, a despeito da virtuosíssima atuação de Blanchett, a melhor atriz para mim é Ana de Armas, pelo filme Blonde. 8,0