Versão recente do filme de 1947 com Tyrone Power, é o mais novo trabalho do diretor de O labirinto do Fauno, Guillermo Del Toro. A “forma”, a apresentação, o lado técnico do filme, são impecáveis e de primeira grandeza: direção de arte, fotografia, som, figurino, trilha sonora, edição e direção. Além do elenco, repleto de talentos: Bradley Cooper, Cate Blanchett, Rooney Mara, Willem Dafoe, Tony Collette, David Strathairn, Richard Jenkins, Ron Perlman, Mary Steenburgen, entre outros. Na minha opinião, Cate não está tão bem quanto costuma estar, parecendo forçada e caricata em alguns momentos e Bradley não segura o papel em todos os momentos, embora na maior parte o faça. Não é perfeito. Mas são pequenos detalhes em um conjunto muito maior, em termos de qualidade. É verdade que o roteiro na primeira metade do filme é interessante, mas arrastado e a narrativa parece ficar enfadonha em algumas passagens. Entretanto, na segunda metade o filme se transforma completamente, virando um “noir” de respeito: elabora as ações de uma forma empolgante, com suspense, aventura, mistério e guarda momentos sensacionais para o espectador. O “clima” criado pelo diretor é extraordinário. O que falta de intensidade na primeira metade é recompensado na segunda, inclusive na parte do gran finale. Certamente será alvo de vários prêmios, principalmente técnicos, embora muitos já digam que, à parte a tecnologia atual, não se compara com a obra original, cujo título em português foi O beco das almas perdidas. 8,9
