LITLE FISH (MEMÓRIAS DE UM AMOR)
Dirigido pelo irlandês Chad Hartigan e tendo como protagonistas os ótimos Olívia Cooke e Jack O´Connell, ambos britânicos, este é um filme original, intimista, melancólico, triste, mas ao mesmo tempo celebra o amor e suas dificuldades. No caso, diante de fatores externos imprevisíveis e poderosos, que aparecem como um grande risco de desconstruir/desfragmentar relacionamentos. Não fossem os tempos atuais que vivemos, este belo e singular filme poderia ser enquadrado no gênero da ficção científica, porém diante da pandemia e dos perfis do século 21, trata-se de um drama simplesmente. Mas não é simples. É um filme complexo, porém competentemente elaborado, com seguras e emocionais interpretações e uma trilha sonora às vezes impactante mas sempre adequada aos sentimentos de cada cena, dando-lhes estranheza, mas também um certo caráter enigmático. Com o seu desenvolvimento e com a proximidade dos perigos, o espectador é afetado e vai ficando incomodado e sendo envolvido, sem saber exatamente onde tudo vai desaguar: se no pessimismo que permeia o enredo ou na popular luz do fim do túnel. Seja como for, não é um filme para divertir, para rir, para deixar o dia feliz e sim para ter suas virtudes apreciadas e sobretudo promover uma boa reflexão, a respeito de nós mesmos, de nossas relações e também sobre os tempos em que vivemos. O título do filme e o cartaz merecem também destaque, pela sua mais do que perfeita adequação. 8,5