Um filme dirigido pelo excelente Aaron Sorkin (Os 7 de Chicago, A grande jogada, A rede social) e que tem o mérito de, além de narrar fatos sociais e históricos de uma época, mostrar para as gerações atuais o que foi a série de maior sucesso da televisão mundial, que fazia grudarem na TV americana dos anos 50 (entre 1951 e 1957 – em 181 episódios divididos em 6 temporadas) quatro a cada dez espectadores, a ponto de alterar até os costumes nos EUA (o comércio, por exemplo, parava em todo país no horário da série): I love Lucy ! Essas informações nos são passadas desde o início do filme, que começa como se fosse um documentário, com o relato atual de pessoas que foram importantes para a produção do sitcom. Assim como também já no começo sabemos de um fato que será muito importante na história, relacionado com o famoso comitê americano que investigava atividades comunistas e com uma acusação específica. O filme, portanto, não apenas revive os bastidores da série, como também mostra os dramas relacionados com a forte acusação que se tornou pública e que abalou todas as estruturas (causando seriíssimos riscos de desabamento total), assim como, de outro lado, escancara a forte personalidade da atriz Lucille Ball e sua influência decisiva em cada detalhe da produção e também a do marido (na série e na vida real), o ator Desi Arnaz, focando intensamente no relacionamento turbulento do casal. Aliás, casal interpretado maravilhosamente por Nicole Kidman e Javier Bardem. Os quais não são exceção, porque o elenco todo é de primeira qualidade, notadamente J. K. Simmons, Nina Arianda e Alia Shawkat. Também somos lembrados sobre como funcionava a censura televisiva da época, inclusive em questões multiraciais (ainda mais considerando os movimentos cubanos…) e dos limites do que o público poderia ver (como uma simples gravidez…), sobre a importância do patrocínio, dos produtores executivos, dos roteiristas, do público presencial etc. Curiosidade: o programa era filmado no estúdio Desilu, nome formado pelo dos dois protagonistas. Detalhe importante: apesar de ser um filme de muitos diálogos e por isso talvez sendo considerado de altos e alguns baixos, os seus 20 minutos finais e o desempenho de Kidman e Bardem valem o filme todo! Produção PRIME. 8,7
