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UNCLE FRANK

Alguns poderão ficar afetados com o tema (apesar de estarmos no século 21), porém ele é abordado de forma tão cuidadosa, delicada e natural, que não há como não e adequar e acabar enxergando o amor como fim de tudo e talvez apenas isso. Um drama produzido pela Prime e que desde o início mostra seu bom gosto na forma (incluídas as cores do filme e o próprio figurino dos anos 70) e que embora ataque de frente os dilemas que aborda, faz isso com extrema responsabilidade, sem perder de vista a realidade crua dos relacionamentos, incluindo a opressão e o preconceito: lamentável observar, entretanto muitos fatos retratados podem muito bem ser projetados para os dias de hoje, embora o filme se passe em 1973. Um drama forte, muito bem interpretado por Paul Bettany (principalmente), Peter Macdissi (um personagem fascinante e um ótimo ator), Sophia Lillis (IT) e todo o elenco de apoio, do qual fazem parte Judy Greer e Margo Martindale, como atrizes mais conhecidas. Na parte final do filme, quando a tensão aumenta e os conflitos familiares chegam ao seu ponto de ebulição (a cena da missa é realmente marcante), as performances são extraordinárias. Mas ao longo do filme, também acompanhamos muitos fatos e cenas importante e, em maior ou menor intensidade, em sua origem ou efeitos, a repressão, a culpa, a busca de aceitação, com o desfile de personagens bastante humanos e bem delineados, merecendo também palmas o diretor Alan Ball, já oscarizado por Beleza americana e também responsável por Six Feet Under e True Blood. O filme é forte, intenso, nos traz dramas, segredos, porém também pitadas de humor e muitas cenas alegres, embora em meio a outras tocantes. Mas prima pela humanidade e talvez até possa ser tido como mais uma lição contra a intolerância…como se isso pudesse subitamente despertar os que só andam de viseiras! 8,7