Imprimir Shortlink

MINHA QUERIDA DAMA

poster-de-minha-querida-dama-1434532763535_821x1200Drama com tons de comédia e jeito britânico de ser, apesar de se passar em Paris (cujo charme transborda em algumas cenas). Mas não poderia ser diferente com um trio formado por Maggie Smith, Kristin Scott Thomas e Kevin Kline, pois as duas excelentes atrizes são inglesas e o ator é o mais inglês dos americanos – e neste filme apresenta um desempenho superlativo. Aliás, o filme é tão efetivamente “de atores”, que poderia até dispensar outros cenários e se passar em dois ou três ambientes apenas. Mas além do elenco de peso, há uma história bem interessante (o costume francês do “viager”, as reflexões sobre o adultério e a culpa…) e muito bem conduzida e que aos poucos vai nos cativando. A partir de certo momento, inclusive os diálogos são até mesmo afiados, saborosamente recheados de cinismo e ironia. Até a dama diz em certo momento: “Eu não tenho mais idade para sutilezas”. Entretanto, na parte final do filme, passa a haver sérias reflexões sobre a vida, sobre a herança em sentido amplo, sobre como deixar a infância ir embora, sobre o adultério e suas responsabilidades e consequências. Um belo e tocante final sobrevirá, emoldurado pela discreta mas perfeita trilha sonora. E o conteúdo do caderninho presenteado é pungente, filosófico e não só desvenda o tema, como o invade em sua profundidade, confirmando que, afinal, o filme é muito mais sério e denso do que a leveza do tratamento parecia indicar.  8,5