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REBELDIA INDOMÁVEL (COOL HAND LUKE)

Paul Newman interpretou em vários filmes um personagem rebelde, que não se ajusta ao sistema e que o combate até perder as forças, corajosa e obstinadamente. Insensatamente às vezes. Neste filme que se passa quase que inteiramente em uma espécie de colônia penal não é diferente. Mas aqui também é muito interessante o estudo da resistência e dos limites individuais, da busca incessante pela liberdade pessoal, até mesmo da fé. E também dos acontecimentos internos, que decorrem da convivência em grupo, inclusive no modo de agir e na maneira de interpretar o famoso ditado que prega que vale mais o covarde vivo que o herói morto! O que valerá mais, afinal? Qual a luta do homem que valerá a pena? Quais devem ser essas lutas? Como quebrar as correntes, em sentido figurado? Parece que de todo modo marcas sempre ficam ao final. Aliás, a última cena do filme possui significativa beleza, coroando uma obra bastante equilibrada e que tem sua tônica no que acima está dito, focando nos dramas humanos. Paul Newman mais uma vez é um ator carismático, marcante e talentoso (inclusive para toda a história do cinema). Mas neste filme brilhou também um outro competente ator, que geralmente é coadjuvante nos filmes e aqui não foi exceção: só que o seu desempenho teve um destaque tal, a ponto de ganhar o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em 1968: George Kennedy, um grandalhão de 1,90m, cara permanente de malvado, mas também um belo ator. O título do filme se origina de uma expressão dita pelo personagem de Kennedy ao de Newman (Luke), após um grande blefe no pôquer.  8,7