O OLHO DO DIABO
O festejado diretor sueco Ingmar Bergman (Gritos e sussurros, Fanny e Alexandre, O ovo da serpente, Face a face, Persona, Morangos silvestres, O sétimo selo), embora o estilo e a intensidade dramática de seus filmes mais famosos, dirigiu também algumas comédias. E esta, de 1960, é uma das mais curiosas, pois, apresentada de modo “teatral”, constitui na verdade uma fábula, sobre o amor, a inocência, o perdão, a compaixão, a cobiça, o céu e a terra, tendo como foco central o inferno, o diabo e uma missão a ser cumprida na terra, por um agente especial (não spoiler), a fim de curar um terçol que apareceu no olho do demônio. Na verdade, no começo do filme já nos é apresentado o provérbio irlandês que diz: “A castidade em uma mulher é um treçolho no olho do diabo”. Belas interpretações, direção segura, roteiro enxuto e apesar de não ser nada superlativo dentro das obras de Bergman e tampouco uma obra memorável, tudo funciona bem e a história faz rir e pensar, sendo um interessante e divertido passatempo, no final das contas. O narrador (em pessoa) e a donzela são interpretados por dois dos mais frequentes artistas dos filmes do diretor: os excelentes Gunnar Björnstrand e Bibi Andersson. 8,5