SORRISOS DE UMA NOITE DE AMOR
Não parece, mas é uma comédia romântica de Ingmar Bergman, que a roteirizou e dirigiu, com o esmero técnico de sempre (fotografia, montagem etc). O que ocorre é que entre 1952 e 1955 esse grande cineasta sueco produziu várias comédias e esta, feita em 1955, foi a que o tornou conhecido internacionalmente e permitiu que passasse a ter muito mais liberdade criativa e de direcionar sua arte para onde bem entendesse. Em seguida vieram O sétimo selo e Morangos silvestres. Aqui Bergman se inspirou en passant em Sonhos de uma noite de verão de Shakespeare, concentrando a história no final do século 19, com uma miscelânea de encontros e desencontros amorosos, múltiplos romances que se chocam e se alternam, mesclando os temas de casamento, adultério, ciúmes, tudo com inteligência e picardia, muita leveza e diálogos saborosíssimos, estimulantes e apimentados, um humor sensual que brinca com o amor e que respeita o espectador com sua seriedade mas também com sua leveza. A imoralidade é celebrada, desde que acompanhe as batidas do coração! Um Bergman inesperado e já irresistível e em um gênero bem diverso daquele que acabou consagrando-o. 8,8