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MORANGOS SILVESTRES

Este é um dos filmes mais afamados e premiados do excelente diretor sueco Ingmar Bergman, produzido em 1957 e no qual estão presentes vários elementos comuns de suas obras, como o roteiro muito bem elaborado e conduzido e que explora questões existenciais, de relacionamentos, de memórias, a costumeira ótima direção –  inclusive de atores/atrizes (muito exigidos em razão dos muitos closes, que são estilo marcante do cineasta) – e a qualidade fotográfica de sempre, neste caso protagonizada por um dos dois mais constantes parceiros do cineasta: Gunnar Fischer. Mas o elenco é conhecido, algumas atrizes e atores sendo recorrentes nas obras do diretor, como Bibi Andersson, Gunnar Björnstrand e Max Von Sidow, este aqui em surpreendente papel minúsculo. Também atuam o veterano Victor Sjöström (que também foi um importante cineasta sueco, inclusive do cinema mudo) e a bela e premiada atriz Ingrid Thulin, que faria com Bergman em 1963 Luz de inverno e em 1972 o aclamado Gritos e sussurros. Pelo que consta, Bergman fez o roteiro quando estava internado em Estocolmo, logo após o lançamento de O sétimo selo, um de seus filmes mais importantes. O tema é simples, mas explorado com muita competência, beleza e sensibilidade: na iminência de receber uma grande honraria ( e no trajeto até a cidade de Lund), o professor de medicina Isak Borg recorda fatos importantes e nostálgicos de sua vida, incluindo sensações e amores da juventude, na qual os morangos simbolizam o retorno àqueles tempos de lirismo, mas também de sentimentos dúbios e sofridos (que rendem muitas imagens oníricas). Este filme, interessante, importante e reflexivo, ganhou o Urso de Ouro (Berlim), o Globo de Ouro como melhor filme estrangeiro e foi indicado ao Oscar de melhor roteiro. 8,8