O VIOLINISTA DO DIABO
Uma produção ítalo-germânica, de 2013 e estrelada por David Garrett, que interpreta Niccòlo Paganini, talvez o maior virtuose da história do violino. Na verdade, o grande achado do filme é esse, pois Garrett é um violinista conceituado na vida real, inclusive concertista, e esse fato acaba sendo decisivo para que o espectador receba toda a emoção das interpretações musicais, considerado ainda o fato de que a obra de Paganini – inovadora para a época – não é de fácil execução e exige muita agilidade e destreza do instrumentista. Como ator, Garrett infelizmente deixa muito a desejar, além de não guardar nenhuma semelhança física com o feio artista (a fim de favorecer obviamente o lado romântico do filme) e, de outro lado, igualmente existem algumas inconsistências e falhas do roteiro, que é também carente em diversas abordagens da vida e obra de Paganini. Entretanto, acabamos esquecendo de boa parte disso tudo quando entra em cena a mágica do violino! Embora haja uma ou outra parte boa no filme, com destaque para a terna e bela cena no quarto de Paganini (com a execução e o canto de IO TI PENSO), os trechos do filme em que o violino dá vida à obra do artista são realmente emocionantes. Até porque esse instrumento, por natureza, quando emite suas agudas notas, parece nos transportar às alturas e fazer vibrar a nossa alma! E aqui todas as cenas do violino são essenciais para retratar um artista que foi extremamente polêmico e escandaloso (notadamente para o início do século 19) e que causou tal furor na época – tanto com sua arte, como com o seu comportamento -, que até hoje permanece a lenda de que tinha um pacto com o diabo. Fato que o filme enaltece e não apenas no título…Esse talento todo, inclusive, faz com que após o filme tenhamos interesse em conhecer melhor a obra do artista, desafio que certamente motivou a evolução artística de Garret que – contam – teria utilizado no filme um legítimo Stradivarius de 1716. 8,0