A impressão geral que esta produção americana de 1998 me deixou foi a seguinte: que poderia ser muito melhor do que foi, talvez com uma ou outra mexida no roteiro, porém talvez principalmente com um outro diretor (se bem que é o mesmo diretor de O tambor…). Na verdade é difícil identificar o que faltou para este filme chegar em um nível mais elevado. Porque é um thriller policial e contém todos os elementos (material) que poderiam redundar em um filmaço, inclusive no puro estilo noir (incluindo a femme fatale, a narração dos fatos pelo personagem principal etc), o que não ocorre. O filme teria todos os elementos para ser memorável (como a cena com a caliente personagem da atriz Elisabeth Shue, que se formou em Harvard para retornar ao cinema, como o jogo de gato e rato em sua porção final), no entanto, a sensação deixada é apenas morna, embora sua parte final seja bastante movimentada e interessante: a essas alturas a trama se revela criativa, com variantes e surpresas e havendo uma permanente tensão rondando os personagens. Woody Harrelson está muito bem, a despeito de sua interpretação tragicômica em algumas cenas e em alguns momentos também brilha. Estão também ótimas Gina Gershon (como a namorada artista) e Chloë Sevigny (que já se mostrava bastante desenvolta em seu papel jovem, apesar das poucas cenas de que participa). No geral, um bom filme, com alguns ótimos momentos, mas que pelo menos para mim deixou no ar aquela sensação incômoda de algo que poderia ser mais bem aproveitado. 7,7
