Um filme independente classificado como de terror e que realmente em algumas cenas justifica o fato, mas que no geral até poderia ser enquadrado no gênero suspense, embora sem dúvidas um thriller bastante forte e com uma cena perto do final das mais impactantes. Mas é algo diferente e também bem acima da média, qualquer que seja o gênero que se atribua a ele: o espectador certamente vai acompanhar a trama com muito interesse e se surpreender com um texto realmente espetacular em alguns momentos, além de com interpretações de alto nível em outros: situações de grande emoção e dramaticidade. E que geram desconforto e perplexidade. Na verdade, tendo uma ambientação bem limitada, o texto e a forma poderiam ser perfeitamente os de uma bela peça teatral. Porque se trata de um filme de diálogo e de interpretação, quesito no qual brilha o veterano ator Sean Patrick Flanery, no papel de Edward Wayne Brady. Mas também está muito bem Jordan Belfi e a direção é ótima dos também produtores e roteiristas americanos, Cary Solomon e Chuk Konzelman. Um trabalho bem realizado, com uma temática difícil e que talvez mereça censura em um detalhe ou outro e na sua derradeira cena, que poderia ter uma elaboração melhor, mais coerente com o tratamento dado ao restante da história. Mas as virtudes superam os eventuais defeitos e um filme que escapa ao sensacionalismo e dá um bom acabamento a um tema tão delicado, já merece sensíveis elogios, embora seja uma produção destinada a determinado tipo de público. 8,7
