Um filme de 2021, apresentado no Sundance Festival, estrelado e dirigido por Robin Wright (a ótima Clair Underwood em House of cards). É o primeiro trabalho de direção de Robin e por esse motivo merece todo o incentivo, porém o filme não apresenta as qualidades que poderia, embora já tenha uma temática banal e já vista e reprisada em dezenas de produções: a jornada de isolamento para neutralizar tristezas profundas ou traumas. O refúgio neste caso se dá em um local de natureza exuberante, que supostamente seria o Wyoming, mas que na realidade fica em Alberta, no Canadá. E as memórias que levam a essa fuga da civilização serão naturalmente esclarecidas na parte final do filme. Esse recurso, aliás, já é antigo, assim como já superados são os roteiros em que muitas explicações são fornecidas ao espectador, com isso comprometendo em parte o clima geral do filme, principalmente o suspense e sua harmonia com toda a natureza ao redor. O filme poderia ser muito mais emocionante, utilizar de forma mais acentuada e empolgante a fauna rica da região, explorar melhor os relacionamentos…mas não é um filme ruim no contexto geral, sabendo-se apreciar as suas virtudes, entre as quais a de mostrar que é quase impossível sobreviver sozinho e sem experiência em uma região selvagem (ainda mais com um clima severamente hostil em grande parte do ano) -talvez nesse caso só o Bear Grylls!- e que algumas respostas que se imagina definitivas, na verdade são meramente passageiras. 7,6
