Drama de 2005 para adultos (algumas cenas bem fortes e linguagem obscena), contemporâneo, que fala de relações (inclusive virtuais) principalmente das reais e inconstantes como é inconstante o ser humano, convivendo com a dor e o prazer sem conseguir marcar as fronteiras. Em voltas e reviravoltas, pulando de uma época para outra (às vezes passa um ano entre uma cena e outra), o filme vai vasculhando sentimentos, expondo fraquezas, mentiras, fracassos e a covardia diante da verdade, a insegurança. A mentira gera infelicidade…mas a verdade também não??? Jogos são necessários? O quarteto de protagonistas é excelente: Nathalie Portman (garçonete), Julia Roberts (fotógrafa), Jude Law (escritor de obituários) e Clive Owen (médico dermatologista), se destacam Clive Owen, estupendo como o “macho alfa” e impiedoso “estrategista” e principalmente Nathalie Portman, frágil e gigante ao mesmo tempo (no controle e na exposição da fragilidade que tem), extraordinária em um papel extremamente difícil, ambos indicados ao Oscar 2005 e vencedores do Globo de Ouro do mesmo ano. O filme tem diálogos e cenas maravilhosos, como na casa noturna, no consultório do médico, entre os dois homens: é lento, intimista, mas forte, original e muito bem realizado. e no final revela uma farsa inesperada. A música tema, The blower´s daughter é linda e ficou famosa inclusive com uma versão brasileira (a primeira versão foi de Simone). Aliás, no filme tocam músicas brasileiras, com Bebel Gilberto. Direção de Mike Nichols, o famoso – e com fama de rígido – cineasta alemão. 7,8
