TRANSIT

Esta produção alemã (e co-francesa) tem algo muito original desde o seu início: vemos uma França contemporânea, ou seja, da atualidade (notadamente a cidade de Marselha), mas os fatos que acontecem são da época da Segunda Guerra, quando houve a Ocupação do país pela Alemanha Nazista. Ou seja: os personagens são acuados, perseguidos, vivem na ilegalidade, com receio de serem mortos, expatriados, exterminados, invadidos, diante do patrulhamento permanente e dos riscos iminentes de violência e invasão total, porém em volta deles temos as cidades como são hoje, no século XXI, com carros modernos e tudo o mais. É como se a França de hoje fosse ocupada pelos nazistas. A mensagem parece sugerir realmente um paralelo entre a situação dos judeus da década de 1940 e a dos imigrantes dos anos atuais (principalmente pelo enfoque dado à mãe surda-muda e ao filho) e o personagem principal é um alemão que mora na França e que tenta fugir antes de ser preso. Se assim for, realmente é algo muitíssimo bem bolado e com alguma complexidade ainda a ser desvendada. Entretanto, embora o filme seja atraente pelo mistério que permanece e pelo imprevisível de seus fatos e das relações que apresenta, ao mesmo tempo não satisfaz totalmente e no final deixa a impressão de que, com todas as ideias e material disponíveis, poderia ter sido bem melhor.  7,8