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SCHUSSANGST (MEDO DE MATAR)

Este drama de 2003, meio policial, alemão, é um filme daqueles meio estranhos e que exige paciência porque começa a ficar atraente apenas depois de um bom tempo. O personagem é esquisito, mas isso é também virtude do ator – que lembra um pouco em aparência o que seria o tenista Roger Federer mais jovem e mais soturno – e que compõe um personagem cujos sentimentos parecem ser claros, mas cujas ações são imprevisíveis. E vemos também, em torno do foco central do drama, orbitarem fatos e coisas cotidianas, pessoas comuns, que tiveram seu passado e cujo futuro não é mais do que um minguado de esperança. São cenas interessantes e uma deles muito comovente (e revoltante), quando uma condômina, já idosa, é retirada de casa e do pet de estimação, para ser levada a um outro lar. O fato é que depois de algum tempo sem nada ocorrer, as coisas engrenam e o filme passa a ficar atraente e com potencial para a qualquer momento surpreender. E compreendemos, enfim, que mesmo por caminhos diferentes, às vezes o que vale é seguir o instinto quando tentamos adivinhar os limites de um personagem. E que na vida existem obsessões cujos motivos fogem à compreensão do observador.  8,0