RELAY (2024)

Este filme merece que não se saiba nada sobre ele, não se veja trailer, nem cartaz, nem qualquer notícia que revele seu conteúdo, muito menos que se leia as sinopses – a propósito, o que vai a seguir não contém nenhum spoiler. Porque é simplesmente eletrizante e não se saber nenhum detalhe é preservar o total prazer com a viagem. Um thriller que habilmente mistura mistério, drama, pitadas do gênero policial e espionagem, com muita adrenalina e o imprevisível acompanhando a trama. E tudo feito com maestria pelo diretor David Mackenzie (Hallam Foe, A qualquer custo, Sentidos do amor), que compõe um todo simplesmente irresistível e que faz com que o espectador não consiga desgrudar os olhos da tela por um segundo. Aqui a harmonia está em tudo, juntamente com a direção e a montagem, pois são ótimos o som, a fotografia, o ritmo é alucinante e o elenco totalmente afinado, tendo no comando os ótimos Riz Ahmed (magnífico também em O som do silêncio) e Lily James (Yesterday, Mamma mia, Cinderela) e ainda a presença de Sam Worthington (Avatar, Fúria de titãs). No mínimo do gênero, um filme de primeira linha e que também merece ser visto na tela grande ou no mínimo de forma direta e sem interrupções, de preferência em um ambiente adequado, em termos de som, imagem e escuridão/isolamento. Daqueles que favorecem a pipoca, enquanto em diversas partes despertam em nós o adjetivo de “filmaço”. Claro que há sempre um ou outro exagero, uma ou outra concessão à realidade, mas aqui esse aspecto não desmerece a qualidade e o contexto da obra, principalmente pelas emoções de sua parte final. O título do filme faz menção ao serviço americano de telecomunicação intermediada, geralmente para pessoas com deficiência de comunicação. 9,5