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OS CORRUPTOS (THE HEAT)

Apesar da fama e de ser um policial noir dos grandes anos 50, apenas um filme mediano, embora muito bem dirigido por Fritz Lang (que dirigiu A gardênia azul, no mesmo ano de 1953, além de outras obras famosas, como M o vampiro de Dusseldorf, Metrópolis, Um retrato de mulher) . O roteiro é que não tem muita criatividade nem muita ação e apresenta cenas e personagens clichês. Até mesmo o vilão/chefão é fraco, Lee Marvin apenas dá para o gasto e Glenn Ford – ator que fez mais de 200 filmes -, exceto no final, não está à altura do papel (basta pensar em Humphrey Bogart fazendo o personagem), embora Gloria Grahame espalhe bem seu charme como a mulher oportunista e até se destaque um pouco nesse sentido. Há apenas um ou outro momento que prende a atenção e na parte final melhora um pouco (inclusive nos efeitos “noir” e trilha), mas no todo vale muito mais pelas “chamadas” e pelo que promete do que pelo que cumpre e oferece, certamente sendo um grande exagero colocá-lo com o destaque que alguns lhe deram, entre os grandes filmes da década. Fica longe disso. Talvez para a época tenha tido sua força, mas agora é um filme francamente envelhecido e sem muito peso. Não pode ser clássico, porque os clássicos se mantêm brilhantes. Uma curiosidade que poucos percebem: quando o ex-sargento Bannion está para sair do bar noturno The Retreat (um pouco além da metade do filme), a música que toca é o tema da dança famosa de Rita Hayworth no filme Gilda (Put the blame on mame), estrelado também por Glenn Ford sete anos antes, evidente homenagem ou brincadeira que o diretor ou alguém devem ter feito com Ford. 7,6