TOP GUN: MAVERICK
Tom Cruise continua sendo “o cara”. Talvez o único sobrevivente de uma gloriosa safra de “galãs” dos anos 80/90, que incluía Brad Pitt, Richard Gere, John Travolta, Harrison Ford, entre outros. O filme anterior, “Ases indomáveis” foi feito em 1986 e este é uma espécie de continuação (inclusive tem várias cenas bem parecidas). Mas, embora ajude, não é imprescindível ter visto o primeiro filme, até porque alguns momentos são resgatados para o melhor entendimento da história ou mesmo para valorizá-la com maior emoção. Seja como for, o sessentão Tom (que representa magnificamente e com rara forma os sessentões!) é a alma também deste filme, no qual, pelo que se conta, ainda teima em realizar cenas perigosas sem dublês e teria exigido como condição para fazer o filme que muitas tomadas fossem realizadas dentro da maior realidade possível, sem truques, incluindo diversas que envolveram os caças supersônicos. O que se vê na tela é, então, o supra sumo de efeitos e de adrenalina. Quem se deixar levar pela aventura e pela fantasia envolvidas, experimentará emoções poucas vezes sentidas no cinema, porque o filme é extremamente bem feito: a trilha sonora, a direção, a edição primorosa, é tudo muito bem sincronizado e realizado! Ao contrário do primeiro filme (mais romântico, é verdade), tem ritmo e harmonia entre todos os seus elementos e vinculando as cenas. E, claro, deve ser visto na tela grande do cinema (pipoca e refri a tiracolo), porque é um espetáculo efetivamente emocionante e eletrizante, que vai tirar todo mundo do seu equilíbrio habitual e transformar cada espectador em um piloto de elite, em jatos de inigualável performance. Há cenas em que se fica realmente tenso e paralisado, praticamente grudado na cadeira. Nesse ponto, não há como não se tirar o chapéu para os americanos, que neste tipo de filme são realmente mestres e imbatíveis. Essa é a magia do filme, que se visto racionalmente é uma coleção de clichês: tudo o que já vimos dezenas de vezes em filmes americanos está aqui, mas tudo o que queremos ver na verdade, o que gostamos de ver, está à disposição para ser saboreado e satisfazer nossos instintos e nossos desejos. Dar cérebro a este filme será entristecê-lo. Deve ser visto com a alma leve e livre para receber e desfrutar das emoções. Além de Tom, estão no filme a bela Jennifer Connelly, Milles Teller, Jon Hamm (Mad man) e Val Kilmer, que foi o rival de Tom no primeiro filme e que aqui tem com ele uma cena que deve ter realmente emocionado os atores, porque na vida real Kilmer também teve de enfrentar gravíssimo problema de saúde (semelhante ao enfocado no filme). O diretor é Joseph Kosinski (Oblivion, Tron) e o filme homenageia o diretor do filme anterior, Tony Scott, que morreu em 2012. Curiosidade: o avião que aparece na última cena do filme pertence ao próprio Tom. 9,0