O DIA EM QUE A TERRA PAROU (THE DAY THE EARTH STOOD STILL)

Um filme relativamente simples e até leve, sem grandes aparatos tecnológicos (embora alguns ótimos efeitos especiais para a época – descontada a precariedade de alguns detalhes) e que se concentra mais no lado humano das coisas, embora seu gênero seja a ficção científica. Mas apesar da simplicidade, o filme tem uma temática que pelo menos na época em que foi feito (1951) deve ter soado como bombástica – ainda mais em razão da Guerra fria – com algumas cenas bem instigantes, além de um clima permanente de mistério e suspense muito bem valorizado pela trilha sonora e pela interpretação principalmente de Michael Rennie, do então garoto Billie Gray e da conhecida Patrícia Neal. Aliás, o personagem de Rennie, Klaatu, acabou virando clássico, assim como o filme, bem como a figura do robô Gort e a famosa frase do final do filme: Klaatu barada nikto, que se tornou icônica e por todo esse conjunto é que o filme continua mantendo seu encanto a cada vez em que é reexibido! E sabendo que a humanidade sempre se inquietou com o tema de extraterrestres, não deixa de ser poderosa a mensagem pacifista-ameaçadora que acaba sendo passada aos assustados e, pra variar, espalhafatosos terráqueos, havendo aqui uma quebra de paradigmas em relação ao que sempre foi a missão dos extraterrestres na Terra, ainda mais abordando temas antiarmamentistas (no caso, alguns anos após o final da Segunda Guerra) e atemporais sobre violência e o uso perigoso e indiscriminado das armas nucleares. A direção é de Robert Wise, no mesmo feliz ano em que dirigiu The house on Telegraph Hill. 9,0