O AMANTE

Este é um filme que deixa o espectador de bom gosto desconcertado. Porque há bons momentos e um excelente elenco. Mas há também instantes de canastrice e em que o roteiro parece muito raso para a qualidade dos atores e da atriz. Antonio Banderas, Liam Neeson e Laura Linney são nomes de peso e que automaticamente referenciam qualquer filme. E, de fato, o filme se desenvolve de um modo muito interessante e atraente, misturando elementos de drama, amor, paixão, ciúme, traição, em um emaranhado de emoções e ações. Contudo, a partir de sua metade e em alguns momentos parece algo meio mal conduzido, há indícios de má qualidade no ar, a trama não convence em seu desenvolvimento. Mesmo assim, um argumento que nos conduz a caminhos que fazem pensar, nos sentimentos e nas emoções humanas, nos multifacetados caminhos do homem e da mulher à procura do amor – ou meramente da paixão? – e das possibilidades que surgem, mas que desafiam as regras sociais. Várias indagações ocorrem, o bom ou o mau gosto aparecem em sintonia e lado a lado e no final tem-se a sensação de algo que poderia ser melhor, mas que, enfim, cumpriu seu papel, trazendo à mente as necessárias indagações sobre os caminhos a seguir e com os egos e as vaidades desafiados, um modesto mas interessante estudo dos relacionamentos, do ciúme, da posse, das infinitas possibilidades do amor. 8,6