MESAS (VIDAS) SEPARADAS (SEPARATE TABLES)

Um filme diferente, interessante e que já começa com uma abertura muito bonita, com uma música igualmente bela e bem interpretada (Vic Damone,- Frank DeVol e Orquestra). Trata-se de um hotel em período fora da temporada e dos dramas de seus hóspedes, alguns permanentes e outros transitórios. O tratamento e o comportamento são algo solenes (britânicos), mas embaixo do verniz haverá algumas surpresas. Ainda mais com a chegada de novos hóspedes, interpretados por Rita Hayworth e Burt Lancaster (ótimos). Um drama por excelência e que desfila histórias e personagens, um ou outro esnobe, uma filha oprimida (excelentemente interpretada por uma quase irreconhecível Deborah Kerr), relações calientes, encontros e desencontros, fatos perturbadores/escandalosos, que poderão provocar súbitas mudanças. Os personagens são ricos e cada um com seu perfil, de modo a não haver propriamente atrizes/atores principais e coadjuvantes. O convívio dos hóspedes durante as refeições (as mesas separadas) dá o nome do filme, que também tem um sugestivo duplo sentido. O roteiro é muito bem desenvolvido e na parte final reserva momentos bem especiais, que acabam desaguando em um ótimo desfecho. Produzido em 1958, o filme foi indicado a vários Oscar no ano seguinte: melhor filme, roteiro adaptado, atriz (Deborah Kerr), trilha sonora, fotografia, tendo ganho os de Melhor atriz coadjuvante (Wendy Hiller) e Melhor ator (David Niven). Achei forçados esses dois Oscar, embora David Niven tenha interpretado um papel difícil e bastante diferenciado em relação aos da sua carreira. O diretor do filme foi Delbert Mann, que ganhou o Oscar de Melhor diretor três anos antes com Marty.  8,7