DOIS DIAS, UMA NOITE

DOIS-DIAS-UMA-NOITEA quem gosta de cinema apenas para diversão, não é recomendado este filme. A menos que “diversão” possa significar a realidade escancarada. No caso, relacionada com questões trabalhistas e o desemprego. Discordo, portanto, totalmente das críticas que apontaram o filme como exagerado ou superficial. É a realidade diante de nossos olhos! É o que está acontecendo no mundo do trabalho, embora às vezes só se possa alcançar com o coração. O filme é tão realista, que é quase um documentário, tornando-se bastante incômodo e angustiante. Exigindo, de fato, uma especial sensibilidade para se colocar no lugar da personagem. Ou pela vivência de experiência similar ou pela própria compaixão. Somos colocados no seio de uma família, com a mãe prestes a ser demitida: em razão da concorrência asiática, ou a empresa paga um bônus de mil euros para todos ou demite a trabalhadora que estava voltando de um longo período de afastamento por depressão. E os trabalhadores votarão secretamente o destino próprio e da colega. Ela, então, resolve fazer uma campanha de final de semana para tentar ser vitoriosa na votação de segunda-feira na empresa. Marion Cottilard em mais uma brilhante interpretação, nos comove e empresta total verossimilhança à personagem, atriz essa que com Piaf já se colocou ao nível das melhores da história do Cinema (Meryl Streep, Helen Mirren, Judy Dench, Juliette Binoche, entre poucas outra). Não foi à toa que rivalizou com Julianne Morre no recente Oscar, para o prêmio de Melhor Atriz. Como já dito, é a realidade diante de nós e por isso talvez incomode tanto.  8,5