CONDUTA DE RISCO (MICHAEL CLAYTON)

Um thriller de primeira qualidade, extremamente bem produzido (em 2007), com base em um enxuto roteiro de Tony Gilroy (que além de o escrever também o dirigiu, assim como o fez na série “Bourne”), excelente edição, trilha sonora e elenco, com destaque para George Clooney, Tom Wilkinson, Tilda Swinton e Sydney Pollack. Merece grande ênfase também a trilha sonora, que mantém o suspense de forma permanente. Concorreu aos Oscar de Filme, Diretor, Ator, Atriz coadjuvante, Ator coadjuvante, Roteiro original e Trilha sonora. Mas a única estatueta do filme foi para Tilda Swinton, como Melhor atriz coadjuvante (ela também ganhou o BAFTA na mesma categoria). O filme e o diretor perderam para “Onde os fracos não têm vez” (No country for old men), que foi tido como o filme do ano naquela época. De todo modo, este filme foi incluído na lista do New York Times, dos 100 melhores filmes do século 21. Os malefícios industriais de grandes proporções e ocultados do público, juntamente com os temas jurídicos e indenizatórios pertinentes, já foram tratados antes em basicamente dois filmes famosos: O informante, com Al Pacino, de 1999, envolvendo a indústria do tabaco e Erin Brockovich – uma mulher de talento, com Júlia Roberts, de 2000, uma indústria poluidora da água. Entretanto, embora o assunto não tenha sido propriamente original e o filme tenha uma ou outra questão omissa no roteiro (por exemplo, as explicações para a fama e a posição conquistadas pelo protagonista), trata-se de uma obra adulta, sólida e harmônica em todos os seus elementos. Esses pontos fazem com que o filme se situe muito acima da média. Há algumas ótimas cenas a destacar, mas é muito bela e significativa a dos cavalos. Houve críticas para o prêmio de Tilda Swinton, mas ela dá a um papel relativamente fácil nuances, sutilezas e emoções que só uma grande intérprete é capaz de alcançar. Quanto à inclusão do filme entre os 100 melhores do século, depende de opiniões pessoais, mas sua inteligência, refinamento e o produto final sem arestas parece retirar a autoridade dos que os excluiriam da lista. 9,0