AMOR, SUBLIME AMOR (WEST SIDE STORY)
Este musical de 1961, muitas vezes com uma intensidade inesperada e dirigido por Robert Wise (A noviça rebelde) e Jerome Robbins, é na verdade um “Romeu e Julieta” moderno e estilizado, enfocando o lado Oeste de Nova Iorque e a rivalidade entre gangs de imigrantes porto-riquenhos, os Sharks, e de brancos (polacos, italianos, irlandeses…), os Jets, cada uma com seus códigos de honra e batalhas, na disputa de territórios e do poder. Os números musicais são uma delícia, extremamente bem feitos e o filme é tecnicamente perfeito e não cansa, apesar de longo. Concorreu a 11 Oscars em 1962 e ganhou 10: Melhor filme, Melhor direção, Ator coadjuvante (George Chakiris, como Bernardo), Atriz coadjuvante (Rita Moreno, como Anita), Edição, Trilha sonora, Mixagem de som, Direção de arte, Fotografia a cores e Figurino. Além do tema romântico, o grande poder do filme reside na crítica social, abordando temas como racismo, ódio, violência, gangs e o choque cultural. O aspecto visual tem muitas coisas inovadoras para a época e a trilha sonora foi feita sob o comando de Leonard Bernstein, havendo belas e marcantes músicas, entre elas a da protagonista, de mesmo nome: Maria, interpretada muitíssimo bem pela bela Natalie Wood, que no mesmo ano foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz pelo filme Clamor do Sexo (Splendor in the grass). Mesmo com tantas virtudes, o filme para muitos não agradou, em diversos aspectos, todos polêmicos. Entretanto, comparado à produção recente de Steven Spielberg, não há como não reconhecer que o original fica bem à frente, com um roteiro melhor, melhores interpretações etc, sendo fato, na verdade, que Spielberg não fez uma nova versão em 2021, mas se limitou a copiar este filme em praticamente tudo, com exceção de alguns detalhes e da parte final. Possivelmente como um fã e tentando imprimir à obra simplesmente uma roupagem mais moderna. Parece também claro que os dois fatores mais marcantes que distinguem as duas produções são de que as cenas de violência neste original são coreografadas, enquanto na versão atual têm um realismo bastante exacerbado e o fato de que aqui todas as músicas são dubladas por cantores, ao passo que no filme de Spielberg os próprios atores interpretam as canções. 9,0