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THE INTERNETS OWN BOY – THE.STORY OF AARON SWARTZ

kjkjAchei este filme extraordinário. Não só pela importância do tema e por ser muitíssimo bem feito – inclusive fotografia, edição e trilha sonora -, mas também porque ele me provocou intensas emoções, principalmente de indignação e impotente revolta contra a injustiça que se mostra, o poder sendo utilizado para fins políticos em detrimento a pessoas e a princípios, sendo pisoteadas toda uma história e cultura jurídicas que fundamentam os direitos e liberdades individuais/de expressão que nossa Constituição enaltece e que no caso estão na Primeira Emenda da Constituição Americana. Trata-se do famoso caso do Ministério Público/Governo Americano contra Aaron Swartz, um jovem prodígio da informática e ativista (tido por muitos como revolucionário, no melhor sentido da palavra), fundador do site Reddit e acusado de fazer downloads massivos indevidos de artigos acadêmicos (a partir de Massachussets e do famoso MIT – Instituto de Tecnologia de Massachussets -, que lavou as mãos na hora da verdade). É um filme estilo “documentário americano”, como vemos muitas vezes: fotos, imagens em filmes e muitos depoimentos (aqueles em que só aparece a resposta), mas absolutamente pungente, que emociona e também provoca reflexão. Em meio à avalanche de fatos e informações, podemos nos sobressaltar com a indagação do quanto será verdadeira ou não a versão mostrada e o quanto seria apenas manipuladora, por conta da paixão que provoca: mas analisando a realidade que conhecemos, a própria história do personagem, sua condição pessoal e genialidade, seu despojamento material e principalmente o que ele falava e praticava (e que nos é mostrado e não deixa dúvidas da sinceridade), creio que a conclusão virá fácil, sobre quem é o mocinho e quem foram os vilões nessa história da vida real. E de fato é impressionante a cultura, o engajamento, a lucidez, a profundidade da oratória e a última entrevista de Aaron, que traz uma visão perfeita e humana das coisas. De todo modo, um assunto palpitante esse dos direitos relacionados com a internet, principalmente quanto à liberdade de acesso amplo a todas as informações. Eis um filme especial, que já inicia com um pequeno  mas grande texto: “Existem leis injustas; devemos nos contentar em obedecê-las, ou devemos nos esforçar para melhorá-las e obedecer a elas até que sejam eficazes, ou transgredi-las de uma vez por todas” (no caso do filme, para com isso provocar sua modificação..)? Olhando por outro ângulo, é fácil nos identificarmos com o Brasil ao constatarmos a precária e interesseira visão e ação do Legislativo e do Executivo, mas fica clara a distância, quando se trata dos americanos e de seu trato com o Direito, tanto em termos de debates, quanto de lutas pela sua efetivação. Ainda estamos engatinhando.  Embora no final das contas, o que acaba prevalecendo é o ideal de Justiça que deve permanecer sempre aceso. Por tudo isso, a média 8,3 no IMDB não é nada surpreendente. Escrito e dirigido por Brian Knappenberger e lançado neste ano de 2014.  9,5