A MINHA VERSÃO DO AMOR (BARNEY´S VERSION)
Sem falar (ainda) no roteiro, este filme ítalo-canadense de 2010 traz um presente especial para quem gosta de cinema: Dustin Hoffman (Rain man, Tootsie…), Paul Giamatti (Sideways…) e Rosamund Pike (Garota exemplar…). É muito prazeroso vê-los atuar, se bem que Minnie Driver também é ótima. O primeiro já se consagrou com um dos maiores atores e ícones do cinema e de todos os tempos, apresentando desempenhos magistrais e alguns que ficaram históricos, embora evidentemente passe longe de ser um galã. O segundo, é daqueles atores que se destacam a cada papel que representa, mas que nem sempre é lembrado quando se menciona os grandes da profissão, talvez isso ocorrendo, infelizmente, por sua aparência, não enquadrável como de um símbolo sexual (bem ao contrário), E a terceira, é uma ótima atriz, com talento e muita classe e elegância, que conheço desde Fugitive pieces (filme pouco conhecido porém maravilhoso!) e que participou de dezenas de filmes, mas só recentemente teve o seu talento reconhecido, pelo menos de um modo oficial, com a indicação de seu nome a vários prêmios por sua performance em Eu acredito, inclusive ao Oscar, agora em abril. As atuações desse trio são realmente um prêmio para o espectador, mas não são isoladas do contexto, porque todo o elenco é coeso e sobretudo o roteiro é muito interessante, embora até possa ser criticado pela mistura aparentemente confusa de gêneros, inclusive o humor e o suspense, terminando com acontecimentos dramáticos e comoventes. É uma história imprevisível e por esse motivo também acaba sendo atraente, com segura e sensível direção de Richard J. Lewis (que dirige mais TV, como CSI e Westworld e neste filme também atua, como o médico patologista). É um filme com tons de comédia, mas também com vários assuntos sérios e que propicia ao espectador variados tipos de emoção, inclusive aquela nostalgia típica de quando o personagem, como aqui, relembra fatos de seu passado: o homem de 65 anos contando a história de sua vida, de uma forma bem pessoal, porém tocante e imprevisível. Não deixa de ser um filme estranho, pela já referida superposição de gêneros, como por uma ou outra surpresa e por cenas que isoladas seriam meio bizarras, mas que no contexto funcionam: como a morte “gloriosa” de um dos personagens, para exemplificar! Mas é, afinal, atraente, pelo conjunto, inteligência, sensibilidade e originalidade. 8,7