De Paolo Genovese (Aqui em casa tudo bem), um filme do gênero drama com fantasia (no sentido do fantástico, sobrenatural) e que soa muito estranho no início, mas vai ficando cada vez mais interessante conforme se desenvolve e as explicações aparecem: mas nem todas, pois há fatos que ficarão a cargo da imaginação e sensibilidade de cada um. Mais um filme do Festival Italiano do Cinema no Brasil e que tem seu apoio nos fatos inexplicáveis da vida, naqueles mistérios insondáveis que povoam todos nós como produtos dos sonhos ou da mera imaginação e que são na verdade a origem da fé de cada um, seja na mortalidade, seja na eternidade. Após a estranheza inicial, o filme vai nos deixando mais interessados, mas o roteiro então nos pedirá um mergulho sem amarras ou preconceitos, porque é uma viagem emocional e quase tudo se passa em um nível essencialmente sentimental. A essência do ser humano estará sendo investigada e observada, seus medos, seus fracassos, suas frustrações, os relacionamentos…mas também a empatia, seja diante da vida, seja diante do destino comum da morte. O livre arbítrio! E a questão aqui é de querer embarcar ou não nos voos fantasiosos do roteiro, mas para quem o fizer estarão reservadas muitas emoções. Protagonizado pelo grande Tony Servillo (Il ritorno di Casanova, Il divo, Loro, A grande beleza), o filme tem um elenco bastante coeso, formado por Valerio Mastandrea, Margherita Buy, Sara Serraioco, Gabriele Cristini e Vittoria Puccini. Curiosidade: Tony e Sara também estão no Il ritorno di Casanova. Pode-se dizer que o tema do filme é a busca da felicidade ou a necessidade de mudarmos o nosso foco para percebermos o quanto a temos ao nosso alcance. 8,7