HEBE

Primeiro: Hebe Camargo foi um mito na televisão do Brasil, sendo considerada a maior e mais carismática apresentadora que o país já teve. Sem concorrentes, inclusive no tocante aos acessórios marcantes que usava (destaque para os brincos) e às pequenas exigências típicas das divas (que deixavam malucos os assessores em volta). Segundo: todos sabem que ela, além de muito humana, era uma pessoa determinada e de muita personalidade, mas não dá pra avaliar até que ponto o filme é biográfico e a partir de que limite é fantasioso, não só nas condutas firmes e politizadas da artista -foco principal do filme, como uma musa permanentemente em campanha e protesto contra a corrupção, a favor das minorias, falando mal de congressistas, da censura etc-, mas também em sua vida pessoal, principalmente no que respeita ao casamento difícil (marido constantemente bêbado e de índole violenta, o segundo). O filme também sugere ter havido algo de concreto entre ela e Roberto Carlos, sendo certo apenas que um era apaixonado pelo outro, como pessoa e profissional, não se tendo certeza de um envolvimento mais íntimo. Assim como mostra Hebe como uma habituée das bebidas alcoólicas, principalmente uísque, embora haja relatos de amigos próximos de que esse tipo de bebida não era de seu costume nem de sua predileção. Terceiro: seja como for, o filme é muito bem feito e produzido –inclusive nas cenas dos programas e do auditório-, emociona e Andrea Beltrão tem uma atuação impecável e digna de prêmios. Só por ela e por alguns momentos revividos dessa importante figura da TV, o filme já vale a pena. O diretor é o marido da atriz, Maurício Farias (O coronel e o lobisomem, A grande família: o filme).   8,6