SWAN SONG

Um filme estrelado por Mahershala Ali (que também produz) e Naomi Harris, com a presença sempre ótima de Glenn Close e que deve ser classificado como um drama de ficção científica, por tratar de temas futuristas, embora na verdade o filme não mostre cenas que nos distanciam tanto assim dos tempos atuais ou de um futuro próximo. Os protagonistas são muito bons e apresentam interpretações tocantes e o diretor Benjamin Cleary, acompanhando o interessante roteiro, ao invés de adotar o ritmo e o peso habitual dos filmes do gênero, optou por algo mais intimista, mais lento, escolhendo na verdade a delicadeza. A qual está presente em todos os diálogos e elementos do filme, inclusive na trilha sonora. Mahershala Ali na verdade está mais uma vez brilhante, confirmando ser um dos melhores atores da atualidade (Moonlight, Greenbook). Um roteiro surpreendente, instigante, com desdobramentos inesperados e que não serão expostos aqui (no spoiler), onde também fica registrado um conselho importante: o de não ser ler nenhuma sinopse antes de se ver o filme. Outro conselho ainda: muito cuidado, porque existe um outro filme exatamente com o mesmo nome, estrelado por Udo Kier (do qual nada posso falar ainda). A força deste filme reside também no modo como as questões existenciais irão se resolver, em nome de valores essenciais, nos sentimentos expostos e que são valorizados a cada cena. O título, como sempre, é extremamente adequado à história, sendo traduzido como “O canto do cisne”. Nos créditos finais, a maravilhosa música “Moon river”, em arranjo inédito e moderno, na versão de Frank Ocean. 8,7