THE WAVE
O nome infelizmente é o mesmo de outros filmes anteriores, produzidos em épocas diferentes e de temáticas diversas, podendo gerar alguma confusão. No caso, o gênero desta obra poderia ser simplificado como sendo o de “cinema-catástrofe”, uma espécie de filme que os EUA popularizaram em décadas passadas e que fizeram explodir na bilheteria diversos espetáculos de ação, suspense e efeitos especiais, como Inferno na torre e Terremoto, diversificando seus temas ao longo do tempo mas permanecendo com a mesma “matriz” dramática, sem grandes inovações de estilo. Previsíveis e repletos de clichês. E justamente aí é que cessam todos os elementos de comparação deste filme com os citados e os que os sucederam, pois aqui o cinema não é o americano e sim o norueguês, o que já traz de imediato grandes diferenças e repercussões: o filme narra fatos a respeito de uma realidade dentro do país, relacionada com seus fiordes e com o permanente monitoramento de rochas e montanhas, pois qualquer alteração geológica/tectônica pode precipitar avalanches/inundações/tsunamis. O grande diferencial deste filme é que não é apenas um filme de aventuras que pretende retratar uma realidade pungente e permanentemente latente na Noruega, mas a verossimilhança: tanto o roteiro, quanto as interpretações são realistas e sentimos tanto a possibilidade dos fatos, quanto os dramas vividos pelos personagens, muitíssimo bem interpretados. Não há aqueles estereótipos irritantes do cinema ianque, enfim. Cinema de qualidade, que foi a maior bilheteria da Noruega em 2015 e representou o país para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2016, embora não tenha sido nomeado. 8,8