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O DILEMA DAS REDES

Este é um documentário da Neflix e que considero obrigatório para todos, inclusive pais e filhos, porque fala da nossa realidade, do mundo atual das redes sociais, e escancara fatos que parecem oriundos de um filme de ficção científica, mas que estão à nossa volta, rondando perigosamente nossos tempos e ameaçando comprometer também as futuras gerações.  É algo obrigatório, porque, conforme dito em momento do próprio documentário, “um dos problemas que há é que a maior parte das pessoas não reconhece a existência de um problema a ser resolvido”. O filme é extremamente bem feito e os depoimentos principais são dados por gente autorizada a fazê-lo, pois se trata de ex-diretores do Facebook, Google, Instagram e por aí afora. Os relatos parecem realmente sinceros e são absolutamente contundentes. E assustadores. Ganhamos a noção do elevado controle que essas bilionárias empresas que comandam as redes sociais do mundo possuem sobre todos os cidadãos, de indistintos países e das mais variadas raças, idades, profissões. E como coletam dados com o uso da Inteligência Artificial e dos algorítimos, que ficam cada vez melhores, embora tenham o grande defeito de não reconhecer o que é verdade e o que é fake, enquanto coletam e acumulam milhões e milhões de dados. Aliás, já é bem atual o caos reinante, diante da perplexidade que todos sentidos, ao termos dificuldade em discernir as notícias reais, das Face News, de não podermos confiar nas informações que recebemos todos os dias!  Com efeito, todos os acessos mundiais à internet são identificados pelas citadas grandes corporações de mídia social e direcionados para formar de maneira cada vez mais aperfeiçoada o perfil dos usuários, a fim de receberem propaganda maciça, compatível com os seus interesses e que vão sendo progressivamente identificados, a cada acesso à internet. Portanto, é uma manipulação velada, até inconsciente, mas real, intensa e persistente, inclusive com o uso “legal” de informações não autorizadas. Um dos exemplos do filme é a facilidade de se identificar pelo Facebook, por exemplo, determinado grupo, como o de pessoas que acreditam que a Terra é chata, adicionando-se também facilmente a elas outras milhares com perfil semelhante, para que a todas elas, então, sejam “encaminhadas” informações a serem difundidas ou aproveitadas por elas,  sobre teorias de conspiração, por exemplo. Enfim, o documentário é um alerta contundente e exige profunda reflexão de todos, principalmente diante das enormes dificuldades de se fazer algo contra o poder reinante e escravizador (sob determinado ponto de vista) e também diante do perigo real que espreita, pois tanto é assustador o controle sem medidas, quando as possibilidades que suas lacunas sugerem, como de manipulação de eleições, desestabilização de regimes democráticos e de verdades estabelecidas, até mesmo de uma guerra civil, como previu com pessimismo um dos entrevistados. Ou de simplesmente ficarmos inertes contra males que deveriam ser severamente combatidos, como o aquecimento solar, o desequilíbrio ecológico. A guerra em meio ao caos ou em que um dos lados é a ignorância é de um horror difícil de mensurar. No final do documentário, embora não haja uma esperança real estabelecida claramente, há conselhos muito importantes a serem seguidos pelos pais (na medida do possível), os quais são dados de forma clara e didática na metade esquerda da tela dividida. enquanto na metade direita rolam os créditos finais.  9,5