SWIMMING POOL (À BEIRA DA PISCINA)

Um filme de 2003, que se passa em uma casa de veraneio no interior da França, do grande diretor francês François Ozon, que também dirigiu, entre outros, Dentro de casa (2012), Jovem e bela (2013), Uma nova amiga (2014) e Frantz (2016), todos de alta qualidade. Trata-se na verdade de um thriller psicológico, lentamente desenvolvido e muitíssimo bem interpretado pela veterana Charlotte Rampling, com a também muito boa atuação da sensual Ludivine Sagnier. O nome do filme parece bastante sugestivo com o enfoque que a personagem principal vai dando aos fatos e com as mudanças por que vai passando (uma inglesa conservadora para uma mulher aberta aos sentidos), além das sutilezas e ambiguidades, que enriquecem também a obra. O drama convive com o suspense e segue por caminhos imprevisíveis, inclusive invadindo em algumas cenas o gênero policial. O que é fantasia, o que é realidade, é uma questão que perspassa pelo espírito do espectador, que se verá diante de um ótimo enigma a ser desvendado na cena final, principalmente considerada a simbologia que parece atravessar todo o filme. E que certamente permite mais de uma interpretação, assim como o próprio roteiro como um todo. Ótima e adequada trilha sonora, um filme que acaba se classificando como “de arte” e que após o seu término deixa agradáveis e variados sentimentos e algumas interrogações que convidam a pensar e a debater, o que não é pouco.  8,7