PEARL
Aparentemente uma história que lembra O mágico de Oz – com certeza intencionalmente – em um ambiente rural e familiar, embora embalado por uma grande tragédia, provocada pela Gripe Espanhola. Mera aparência. As coisas vão logo ficando estranhas e pesadas, por conta da personagem central, que nos desconcerta ao mostrar sérios sinais de instabilidade, dentro de sua ideia obsessiva de ser uma atriz famosa. Mesmo vivendo em um ambiente monótono mas opressivo, com um pai inválido e uma mãe controladora e tirânica. Os fatos se passam em uma fazenda no interior do Texas em 1918 e até parece uma história de Stephen King pelo rumo que as coisas tomam, misturando fatos inesperados, bizarros e até assustadores (o animal de estimação de Pearl, por exemplo). A atmosfera é atraente, mas sinistra, muito por conta da co-roteirista e atriz Mia Goth (Emma, Ninfomania), aqui em magistral atuação. Ficamos hipnotizados e grudados na tela e dos fatos podemos tirar algumas conclusões, sobre se tudo é produto do meio ou efetivamente se trata de algo no campo da sanidade mental. O final do filme também pode gerar muitas teorias, mas o fato é que é um filme pesado, com suspense e terror e não vai agradar a todo tipo de público. A última cena é algo realmente impactante, surpreendente e pode gerar os mais variados sentimentos. 8,6