O MÁGICO DE OZ
Impressionante o número de filmes de qualidade e importantes produzidos no ano de 1939! Além deste, pode-se citar com destaque maior E o vento levou, O morro dos ventos uivantes (com Laurence Olivier), O corcunda de Notre Dame (com Charles Laugton e Mauren O´Hara), Mr. Smith goes to Washington (A mulher faz o homem, com James Stewart), Ninotchka (com Greta Garbo), No tempo das diligências (com John Wayne, de John Ford), Adeus Mr. Chips (com o ator que tirou o Oscar de Clark Gable – em total injustiça!!! -, Robert Donat) e Love Affair (antecessor de Tarde demais para esquecer). Este filme, que acabou sendo mais valorizado com o passar do tempo, ganhou 2 Oscars: Melhor canção original e Melhor trilha sonora/banda sonora original. Como se vê, a concorrência estava difícil na época e realmente competir com E o vento levou seria difícil (interessante que o diretor foi o mesmo de ambos: Victor Fleming). Mas não há dúvidas de que esta fantasia musical estrelada por Dorothy e seu cachorro Totó é uma obra marcante e ainda hoje guarda um encanto, um colorido mágico e personagens que ficarão gravados para sempre na história do cinema (quem esquecerá dos três amigos após conhecê-los?). O encantamento da viagem e do sonho (foi sonho, afinal?), a fábula e também a música Somewhere over the rainbow são inesquecíveis, principalmente para os jovens e para as crianças, destinatários naturais da obra, que também serve muito bem para adultos, mas hoje não com a mesma força da época, na qual esse tipo de enredo era novidade. A música-tema se eternizou e já foi e é interpretada por dezenas dos mais variados intérpretes, sendo considerada senão a mais bela, uma das mais belas de todas as trilhas cinematográficas. E algumas cenas do filme viraram ícones. A atriz Judy Garland, sete anos depois, daria à luz uma das divas do cinema: Liza Minelli. Apesar de tudo isso e da magia que passa, o filme foi bastante tempestuoso nos bastidores e parte dos acontecimentos tenebrosos está relatada em livros de memórias, inclusive do marido de Judy e também no filme biográfico recente sobre a vida da atriz, interpretada muitíssimo bem por Renée Zellweger: além de diversas ocorrências durante as filmagens, como a da substituição do homem de lata por intoxicação do primeiro ator com a tinta, por exemplo, inclusive algumas libidinosas por parte do elenco, conta-se que Garland era assediada pelo famoso Louis B. Mayer (dono da MGM) e também submetida a dietas cruéis, sendo obrigada a utilizar anfetaminas, o que a tornou dependente ao longo de toda a sua carreira. 8,0