O JOGO DA IMITAÇÃO
Apesar de o filme se basear em obra literária, a qual registra um fato histórico muito importante, e ser bem produzido e interessante, eu não o indicaria a nenhum Oscar. Talvez só o de ator, porque Benedict Cumberbatch está muito bem no papel de Alan Turing. Mas o filme, embora desperte emoções e conte uma história supostamente real, não apresenta originalidade e existem outros muito melhores e que poderiam estar concorrendo ao prêmio maior do Cinema. A história se passa durante a Guerra de 39-45 e envolve a máquina Enigma, inventada para decodificar as mensagens criptografadas que os alemães passavam para todas as suas frentes. Nessas mensagens diárias (e alteradas cada dia) eram transmitidas estratégias de guerra, inclusive quanto aos bombardeios de navios, cidades etc. Razão da importância de ser a máquina decifrada. E de ser reunido um seleto grupo de gênios matemáticos para se desincumbir dessa missão. O filme se torna empolgante na medida em que a equipe parece se aproximar do resultado e cresce no final, embora muita coisa romanceada – e não poderia ser diferente, já que tem a presença de Keira Knightley. Na verdade, o mérito maior do filme é a sua dupla temática, relacionada com o próprio personagem e seu segredo. E seu desfecho causa emoção e também indignação, na medida em que narra o destino do personagem e a crueldade de uma época em que o preconceito era efervescente e impiedoso . 8,3