O CONVITE (THE INVITATION)
O maior mérito desse filme é a direção. Porque se não tivesse um diretor absolutamente competente (no caso, Karyn Kusama), cairia fácil no buraco dos lugares comuns, das banalidades e futilidades. Precedido por um fato de estrada (sem significado, afinal), o filme aborda um encontro de pessoas, um jantar em uma residência, entre amigos e desconhecidos e alguns elos com o passado…à medida em que a noite vai avançando, a reunião parece esconder outros propósitos que não os da simples confraternização. Mas as suspeitas se alternam com a absoluta normalidade, deixando em dúvida o espectador…haverá algo de errado ou não? Alguma coisa envolvendo algum fanatismo?…Algo sinistro, afinal? Uma reunião casual ou uma espécie de “lavagem cerebral”? O próprio protagonista se confunde e ora imagine uma coisa, ora outra. Esse “jogo” de emoções, sentimentos, suspeitas é um dos pontos fortes do filme, que tem diversos personagens contribuindo para criar um clima meio liberal, meio surreal, com a tensão e o suspense muito bem construídos. E embora não seja uma obra-prima, trata-se de um trabalho que tem o seu mérito como entretenimento e, afinal, como um filme do gênero drama com suspense. Mas se quisermos dar um aprofundamento maior – que talvez nem exista -, podemos concluir que sempre haverá esperança enquanto houver, no meio, pessoas que conseguem pensar e agir lucidamente em meio ao caos. 8,0